Trump afirma que tarifas ajudaram países como Brasil a se enriquecerem, mas não considera o superávit comercial dos EUA com o Brasil

Em uma entrevista à revista Time, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Brasil é um dos países que se “enriqueceram” ao cobrar tarifas dos Estados Unidos. Trump comparou o Brasil a outras nações, como China e Índia, que, segundo ele, aplicam taxas de até 100% ou mais sobre produtos importados. “A China cobra 100%, a Índia cobra entre 100% e 150%, e o Brasil também cobra. Foi assim que eles sobreviveram e se tornaram ricos. Ter tarifa zero seria fácil, mas sem tarifas, as empresas não viriam para cá”, declarou o presidente, referindo-se à política dos EUA de tarifas reduzidas para produtos fabricados internamente.
Contudo, a afirmação de Trump não leva em consideração o panorama da balança comercial entre os Estados Unidos e o Brasil nos últimos anos. Apesar das alegações de Trump, os Estados Unidos têm registrado superávits comerciais com o Brasil em bens e serviços ao longo dos últimos 15 anos. Em 2024, o superávit dos EUA com o Brasil em bens foi de 7 bilhões de dólares, e no total (incluindo bens e serviços), o superávit chegou a 28,6 bilhões de dólares. Esse superávit representou o terceiro maior que os Estados Unidos tiveram com outros países no último ano.
Neste ano, o Brasil registrou um déficit de 650 milhões de dólares com os EUA no primeiro trimestre da balança comercial. Apesar disso, o presidente Trump manteve sua posição de que as tarifas altas impostas sobre produtos estrangeiros estão gerando grandes lucros para os Estados Unidos. “Estamos arrecadando bilhões e bilhões de dólares, dinheiro que nunca tivemos antes. Isso, por sua vez, vai fazer com que as empresas voltem a fabricar seus produtos aqui”, declarou Trump, destacando que as tarifas estão trazendo uma grande receita ao país.
Trump também mencionou a situação das fábricas de automóveis no México, alegando que muitas estavam paralisadas, mas que, com suas políticas, as fábricas estariam se mudando para os Estados Unidos. “Você vai ver fábricas de automóveis operando em um nível que nunca vimos antes”, afirmou.
Com isso, o presidente americano continua defendendo sua política de tarifas como um sucesso para a economia dos Estados Unidos, embora o impacto dessa estratégia seja debatido, especialmente considerando o superávit comercial americano com o Brasil e outros países.

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